domingo, 24 de junho de 2012

O ' gran finale ' da Rio+20




Os três últimos dias da conferência foram marcados pela Cúpula de Chefes de Estado e de Governo, pelas diversas manifestações e pelas mudanças de opiniões sobre o documento oficial que teve como título 'O futuro que queremos'
                                                                                                          
O primeiro dia da Cúpula de Chefes de Estado que aconteceu no dia 20 (quarta-feira), reuniu 94 chefes de estado. Representantes de todas as organizações não governamentais criticaram o documento final. Porém, o Secretário Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, elogiou o esforço para se chegar a um consenso, mas para os jornalistas, o Secretário reconheceu que o texto ficou abaixo das expectativas e pediu que os Chefes de Estados priorizassem o futuro do planeta e pensassem menos nos interesses de cada país.
De acordo com a Polícia Militar, protestos e pedidos realizados na quarta-feira, reuniram mais de 20.000 pessoas. Índios que cercaram o  ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da Repúblical, Gilberto Carvalho, samba, teatro e até um velório que mostrava o descaso com os animais, preencheram a Avenida Rio Branco. Entre tantas manifestações e opiniões de pessoas poderosas, o discurso mais forte do dia foi o da jovem neozelandesa Brittany Trilford de 17 anos que representou mais de 3 bilhões de crianças, “Cumpram o que prometeram”, disse a jovem em tom firme.
No dia 21(quinta-feira), discussões e protestos contra o documento final e países ricos foram feitos. O Presidente do Equador, Rafael Correa, ressaltou que em vez de salvarem os bancos devia-se salvar o planeta. Já o Presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que os países ricos se esforçavam para destruir o planeta. O que chamou a atenção, foi um o protesto de uma menina canadense de apenas 11 anos que rasgou um papel que simbolizava o documento da Rio+20, enquanto Ban Ki-moon, participava de uma entrevista coletiva onde mudou de opinião e disse que  o documento final  oferecia uma base para o desenvolvimento sustentável.
O MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e a Via Campesina organizaram na tarde de quinta-feira, um protesto na Zona Portuária onde estava montado um stand da Conferência Nacional da Agricultura. Os protestantes conseguiram entrar no local e destruíram maquetes e paredes. Ao saírem, encontraram um grupo maior que tinha sido impedido de entrar e a confusão começou. Cinegrafistas e fotógrafos levaram pedradas e ficaram feridos.
No último dia de conferência, 22, ficou decidido que a partir de 2015, o mundo deverá adotar objetivos do desenvolvimento sustentável: um conjunto de metas para gerar empregos e renda sem aumentar a destruição do meio ambiente. A Secretária de Estado americana, Hilary Clinton, foi a última a chegar à conferência. Hilary anunciou projetos de energia limpa em países da África e se comprometeu a doar 20 milhões de dólares, valor que corresponde a 1 décimo do que foi gasto na Rio+20.
A Presidenta, Dilma Rousseff, agradeceu os mais de 190 países que participaram da conferência e convidou-os para a Copa do Mundo em 2014 e para as Olimpíadas em 2016 que serão realizadas no Brasil. Com a ajuda de Ban-Ki-moon , a Presidenta bateu o martelo e encerrou oficialmente a Rio+20.



terça-feira, 19 de junho de 2012

De baladas a preconceitos coloridos



Conheça um pouco do universo gay ,que de acordo, com o estudante de Arquitetura e Designer, Flávio Pala é um lugar de respeito e companheirismo que aceita todas as formas de amor independente do rótulo

Colorido, extrovertido e apaixonado pela moda, Flávio Pala, 19 anos, conversa abertamente sobre sua orientação sexual que de acordo com ele, não é uma coisa que se de descobre, é algo que existe, “A parte mais complicada na verdade é entender o que está acontecendo e aceitar que você é diferente do padrão”, explica. Quando se envolveu pela primeira vez com uma pessoa do mesmo sexo, Flávio tinha 15 anos e revelou que a experiência foi incrível, “Consegui suprir tanto o que eu queria pessoalmente, como sexualmente. Eu já sabia que gostava daquilo antes de ficar com ele. Não foi um tira-teima, eu já me conhecia e me aceitava, só não exteriorizava”, desabafa.
Conhecidas pela luxosidade e pela seleção de músicas, as boates GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes) vêm a cada dia sendo mais popularizadas e frequentadas. O estudante diz não abrir mão das baladas gays, “É mais animada, os gays costumam ser mais ligados em música internacional, sempre toca as mais conhecidas”, explica.  Flávio também conta que seus amigos heteros sempre o acompanham, “A gente sempre curte junto. Uma coisa que eu e meus amigos gays deixamos claro é que não é porque temos um amigo hetero que nós vamos ficar dando em cima e agarrando”, sorri. De acordo com o estudante, o estereótipo do gay afeminado e promíscuo ainda existe na cabeça das pessoas e a mídia tem feito muito pouco para desmitificar isso.
“Antes me atingia, mas hoje fico com pena das pessoas por se sujeitarem a coisas tão baixas”, é assim que Flávio Pala define seus sentimentos quando é alvo de preconceito. “Nunca deixei isso me abalar”, conta.  O estudante disse que nunca teve medo de ser alvo de preconceito de seus pais, “Foi complicado contar para eles, mas no fundo  sempre sabem. No início não me aceitaram muito bem, mas depois tudo ficou melhor. Eles me compreendem e apoiam, e isso é sensacional” , afirma. Quando questionado sobre jovens que não se assumiram ainda, Flávio Pala responde sem hesitar: “Vivam a vida da melhor maneira e deem tempo ao tempo. Não adianta se assumir se ainda não tiver aberto a cabeça.